Na virada deste ano, os resistentes consumidores dos produtos culturais da gravadora Kuarup, que é responsável por editar o bardo sertanejo Elomar, o popular Xangai e que fez muito sucesso com um álbum inesquecível de Pena Branca, Xavantinho e Renato Teixeira (“Ao Vivo em Tatuí”), foram surpreendidos com o anúncio do encerramento das atividades da gravadora independente. A morte do CD matou a Kuarup.
“Depois de 31 anos dedicados à melhor música brasileira, a gravadora independente carioca Kuarup Discos decidiu encerrar suas atividades nesta virada de ano. Ao longo dos últimos anos, as vendas de produtos físicos sofreram queda vertiginosa, nem de longe compensada pelas vendas por download. Entendemos que a crise do CD é irreversível e tornou inviável nosso modelo de negócio, inteiramente calcado na produção e comercialização de música de qualidade”.
A Kuarup até tentou vender MP3 pela internet, mas não conseguiu se adaptar à nova realidade. Foi excluída do futuro. Resta saber o que será feito com o catálogo, um verdadeiro manancial cultural que influenciou gerações de brasileiros. O pessoal que vem pensando novos modelos de negócio deveria agir em cima de exemplos concretos como esse. Quem se arriscaria a encontrar uma forma de garantir sobrevivência comercial à Kuarup? Em quais exemplos eles poderiam se espelhar para renascer?
Eu tenho alguns CDs aqui em casa da Kuarup. Dentre eles o ótimo “Ao Vivo em Tatuí”. Pena Branca e Xavantinho são de constar em audições obrigatórias, em qualquer mídia.
De qualquer forma, é curioso: eu nunca comprei arquivo mp3, mas já encomendei CD pela web que me foi entregue pelo correio tradicional acondicionado em caixinha de papelão. Talvez eu tenha costumes pré-web ainda araigados.
Não sei o que propor à Kuarup, mas bem que fiquei matutando.