
Novembro
(Piedad Bonnett)
E chegaram as chuvas de novembro.
E com as chuvas as glicínias lilases
floresceram em meu quintal,
e pontuais, dourados e zombeteiros,
vieram bater em meus vidros
os besouros.
Em novembro,
seu nome, de repente, foi o nome dos dias,
e a umidade do ar meu desejo
e tua língua
um recente calor entre ninhos.
E foi para minha sede festa a chuva,
e as glicínias lilases
foram para minhas brumas sóis perdidos,
e os torpes insetos contra minha porta uma gostosa, cintilante orquestra.
>> em minhas andanças pela Colômbia, conheci a poeta Piedad Bonnett, e tenho trabalhado em algumas traduções de seus poemas. Não sou um tradutor, mas me arrisco a traduzir alguns poemas, ainda não publiquei muitos dos que versionei, mas este me deu vontade de compartilhar. Também aceito sugestões e críticas de quem conhece melhor este nobre ofício de reescrever versos alheios. Eu sei que é um processo de transcriação, mas quero ser sempre respeitoso.